Filas de espera para receber animal são de tempo indeterminado.
Trazer cachorros do exterior é alternativa para quem pode pagar.
Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
Trazer cachorros do exterior é alternativa para quem pode pagar.
Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
O assessor parlamentar Luciano Campos conta que
ganhou autonomia com a cadela Mits.
O deficiente visual que pensa em trocar a bengala por um cão-guia tem
duas alternativas no Brasil: aguardar pacientemente na fila de espera de
uma ONG por tempo indeterminado ou comprar o animal fora do país. O
número reduzido de cães-guia no Brasil é um reflexo da dificuldade que
existe para conseguir um animal treinado. Para se ter uma idéia, há 1,4
milhão de deficientes visuais no país, segundo o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia; e cerca de 60 cães-guia, segundo ONGs.
E entrar na fila do Projeto Cão-Guia da ONG Integra, em Brasília, foi a
opção escolhida pelo assessor parlamentar Luciano Ambrosio Campos, de 40
anos, portador de uma doença hereditária que provocou a perda gradativa
de sua visão. Após três anos de espera, em dezembro de 2008, ele
conseguiu trocar a bengala pela cadela Mits, de 3 anos.
duas alternativas no Brasil: aguardar pacientemente na fila de espera de
uma ONG por tempo indeterminado ou comprar o animal fora do país. O
número reduzido de cães-guia no Brasil é um reflexo da dificuldade que
existe para conseguir um animal treinado. Para se ter uma idéia, há 1,4
milhão de deficientes visuais no país, segundo o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia; e cerca de 60 cães-guia, segundo ONGs.
E entrar na fila do Projeto Cão-Guia da ONG Integra, em Brasília, foi a
opção escolhida pelo assessor parlamentar Luciano Ambrosio Campos, de 40
anos, portador de uma doença hereditária que provocou a perda gradativa
de sua visão. Após três anos de espera, em dezembro de 2008, ele
conseguiu trocar a bengala pela cadela Mits, de 3 anos.
Minha vida se divide em dois momentos, antes e depois da Mits. Com ela,
o mundo cresceu. Tive um ganho de autonomia e de locomoção que não dá
para comparar com o que tinha antes, afirma Campos.
o mundo cresceu. Tive um ganho de autonomia e de locomoção que não dá
para comparar com o que tinha antes, afirma Campos.
Uma das maiores vantagens do cão-guia em relação à bengala, segundo
Campos, é a possibilidade de desviar de objetos acima do chão. Com a
bengala, você tem domínio de 1,5 metro à frente e não detecta um orelhão
ou um galho de árvore. Já a Mits me protege de todos os riscos, não bato
a cabeça nas coisas, diz.
Campos, é a possibilidade de desviar de objetos acima do chão. Com a
bengala, você tem domínio de 1,5 metro à frente e não detecta um orelhão
ou um galho de árvore. Já a Mits me protege de todos os riscos, não bato
a cabeça nas coisas, diz.
Em troca da proteção, Campos também faz sua parte e zela por Mits. Para
que trabalhe perfeitamente, ela precisa seguir a rotina rígida, receber
alimentos nos horários corretos, além de fazer visitas frequentes ao
veterinário e, ao menos uma vez por ano, passar por uma reciclagem do
treinamento.
O professor de ioga Elias Diel passou a ser
conduzido por Winter há pouco mais de 1ano.
que trabalhe perfeitamente, ela precisa seguir a rotina rígida, receber
alimentos nos horários corretos, além de fazer visitas frequentes ao
veterinário e, ao menos uma vez por ano, passar por uma reciclagem do
treinamento.
O professor de ioga Elias Diel passou a ser
conduzido por Winter há pouco mais de 1ano.
Já o professor de ioga Elias Ricardo Diel, de 36 anos, passou quatro
anos esperando por um cachorro até a chegada da cadela Winter, da
Austrália. Ela foi trazida a pedido de Diel pelo treinador de cães
Fabiano Pereira, que tinha viajado ao exterior para fazer um curso de
especialização e poder iniciar o treinamento na Escola de Cães Guia
Helen Keller, em Balneário Camboriú (SC).
anos esperando por um cachorro até a chegada da cadela Winter, da
Austrália. Ela foi trazida a pedido de Diel pelo treinador de cães
Fabiano Pereira, que tinha viajado ao exterior para fazer um curso de
especialização e poder iniciar o treinamento na Escola de Cães Guia
Helen Keller, em Balneário Camboriú (SC).
Eu precisava de mais independência e queria segurança para me locomover
e poder construir uma vida melhor, com mais qualidade. Minha esperança
era que Fabiano voltasse e treinasse um cão para mim, mas ele conseguiu
trazer a Winter de lá, afirma Diel, que está com a cadela há pouco mais
de 1 ano.
e poder construir uma vida melhor, com mais qualidade. Minha esperança
era que Fabiano voltasse e treinasse um cão para mim, mas ele conseguiu
trazer a Winter de lá, afirma Diel, que está com a cadela há pouco mais
de 1 ano.
Orientado por Pereira, o próprio Diel faz a reciclagem do treinamento de
Winter. Há comandos e alguns passos que ela precisa seguir para manter a
disciplina. Senão, ela esquece e volta a ser um cão normal, diz Diel.
Winter. Há comandos e alguns passos que ela precisa seguir para manter a
disciplina. Senão, ela esquece e volta a ser um cão normal, diz Diel.
Cego desde os 16 anos, quando sofreu um acidente de carro, Diel conta
que a principal vantagem do cão guia em relação à bengala é a integração
social. Winter é a minha maior relações públicas. As pessoas ficam
apaixonadas por ela e conversam comigo. Com a bengala, alguém sempre
pergunta se você precisa de ajuda, mas a conversa acaba aí. Todos saem
da frente e não falam nada.
que a principal vantagem do cão guia em relação à bengala é a integração
social. Winter é a minha maior relações públicas. As pessoas ficam
apaixonadas por ela e conversam comigo. Com a bengala, alguém sempre
pergunta se você precisa de ajuda, mas a conversa acaba aí. Todos saem
da frente e não falam nada.
Custo do treinamento
Em média, o treinamento demora dois anos e custa o equivalente a R$ 25
mil no Brasil. Os deficientes visuais cadastrados no Projeto Cão-Guia e
na Escola de Cães-Guia Helen Keller não pagam pelo animal, mas precisam
enfrentar a fila de espera de tempo indeterminado.
Com Mits, Campos conta que consegue desviar de
objetos acima do chão.
mil no Brasil. Os deficientes visuais cadastrados no Projeto Cão-Guia e
na Escola de Cães-Guia Helen Keller não pagam pelo animal, mas precisam
enfrentar a fila de espera de tempo indeterminado.
Com Mits, Campos conta que consegue desviar de
objetos acima do chão.
A coordenadora do Projeto Cão-Guia, Michele Pöttker, afirma que há cerca
de 300 deficientes visuais na fila de espera da instituição. A ONG teria
capacidade para entregar 25 cachorros por ano, mas, por falta de
recursos, em 2009, preparou apenas quatro. No total, em nove anos, o
projeto beneficiou 35 pessoas.
de 300 deficientes visuais na fila de espera da instituição. A ONG teria
capacidade para entregar 25 cachorros por ano, mas, por falta de
recursos, em 2009, preparou apenas quatro. No total, em nove anos, o
projeto beneficiou 35 pessoas.
A solução para treinarmos mais seria o apoio financeiro do governo ou de
empresas. Estamos buscando parceiros para dar continuidade ao projeto.
empresas. Estamos buscando parceiros para dar continuidade ao projeto.
A Escola de Cães-Guia Hellen Keller, que também é uma instituição
filantrópica, espera entregar os primeiros animais treinados a partir de
agosto de 2010.
filantrópica, espera entregar os primeiros animais treinados a partir de
agosto de 2010.
Já quem tem dinheiro para adquirir um cão no exterior precisa pagar a
viagem e os gastos do período de adaptação de cerca de um mês para
integrar animal e dono, além do valor cobrado pelo bicho.
viagem e os gastos do período de adaptação de cerca de um mês para
integrar animal e dono, além do valor cobrado pelo bicho.
complicado e oneroso. Lá fora, os estrangeiros não são prioridade e
também podem ficar anos esperando, afirma Pereira. Ele ressalta que, no
exterior, só o cachorro tem um valor médio simbólico de US$ 5 mil, sem
contar as despesas de viagem.
também podem ficar anos esperando, afirma Pereira. Ele ressalta que, no
exterior, só o cachorro tem um valor médio simbólico de US$ 5 mil, sem
contar as despesas de viagem.
Características para se tornar um cão-guia
Em média, treinamento de cães-guia demora dois anos
Em média, treinamento de cães-guia demora dois anos
Além de saúde perfeita, o animal tem que ser isento de agressividade
para se tornar um cão-guia. Segundo Pereira, várias raças podem ser
usadas na função, tais como boxer, dálmata e pastor-alemão, mas o que
realmente importa é o temperamento. Por isso, 90% dos animais treinados
são das raças labrador e golden retriever, reconhecidas como muito
dóceis e trabalhadoras. Quando o leigo vê um labrador, sabe que é um cão
bonzinho.
para se tornar um cão-guia. Segundo Pereira, várias raças podem ser
usadas na função, tais como boxer, dálmata e pastor-alemão, mas o que
realmente importa é o temperamento. Por isso, 90% dos animais treinados
são das raças labrador e golden retriever, reconhecidas como muito
dóceis e trabalhadoras. Quando o leigo vê um labrador, sabe que é um cão
bonzinho.
Assim como Diel, Pereira ressalta que o animal ajuda a inserir o
deficiente visual no convívio social. O papel do cão-guia não é apenas
locomover, mas ajudar a integrar o cego na sociedade. Se a pessoa tem um
cachorro, outras naturalmente chegam perto e iniciam uma conversa. Com a
bengala, o cego fica sempre excluído.
deficiente visual no convívio social. O papel do cão-guia não é apenas
locomover, mas ajudar a integrar o cego na sociedade. Se a pessoa tem um
cachorro, outras naturalmente chegam perto e iniciam uma conversa. Com a
bengala, o cego fica sempre excluído.
Serviço
Interessados em obter um cão guia, patrocinar ou ser voluntário nos
projetos podem entrar em contato com as instituições:
Interessados em obter um cão guia, patrocinar ou ser voluntário nos
projetos podem entrar em contato com as instituições:
Escola de Cães-Guia Helen Keller
www.caoguia.org.br
www.caoguia.org.br
Projeto Cão-Guia - ONG Integra
(61) 3345-5585/ 3443-0005
caoguiadf@gmail.com
www.projetocaoguia.com.br
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(61) 3345-5585/ 3443-0005
caoguiadf@gmail.com
www.projetocaoguia.com.br
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